sexta-feira, 18 de junho de 2010

O prémio Nobel Português


Nasceu no Ribatejo, numa família de pais e avós pobres. O homem mais sábio que conheceu foi o avô, José Melrinho, camponês analfabeto. Começou a escrever tarde, autodidacta, e teve muitas profissões antes de se tornar escritor. Tem um estilo único e uma escrita própria, que se adora ou se detesta. Escreveu, entre muitos outros, Ensaio sobre a Cegueira, um dos livros mais brilhantes que li até hoje.
Ganhou o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa, e foi galardoado com o Prémio Nobel em 1998. O primeiro e único Nobel da Literatura Português, até hoje. Em 1993, trocou Portugal por Espanha, quando a candidatura do seu livro "O Evangelho segundo Jesus Cristo" a um prémio internacional foi vetada pelo governo português.
Voltou mais tarde, algumas vezes, mas só depois de ter ganho o Nobel o país lhe reconheceu o talento e o génio.
A Câmara Municipal de Lisboa cedeu o edifício histórico da Casa dos Bicos para ser a sede da Fundação José Saramago em Lisboa. Mas ele já cá não estará para a ver.
José Saramago morreu hoje, aos 87 anos de idade.
Independentemente do que se ache de um homem, ele é também a sua obra.
Vou ter muitas saudades do que escrevia.

1 comentário:

  1. O homem e o homem e a sua circunstancia.
    Saramago foi o fruto de uma epoca, de uma educacao, de uma vivencia.
    O ribatejo da sua infancia, a miseria que se vivia na epoca, deu origem ao neorealismo, que tanto influenciou o seu estilo, unico e certo, e em cujas aguas ideologicas navegavam os seus grandes nomes (Soeiro Pereira Gomes, o mais iconografico).
    Naturalmente que a Obra fala pelo homem, o homem nao era dos mais faceis de entender, mas amando ou odiando, ele foi Impar.
    RIP

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